
Quando falo da velhice, não me refiro a um velho inútil para a sociedade, falo de sabedoria. Emociono-me muitas vezes a ouvir histórias antigas dificeís de ultrapassar com o passar dos anos, emociono-me porque vejo ali uma simplicidade no rosto, uma sinceridade nas palavras, que não encontro em ninguém. Alguns encaram a velhice como o térmito da vida, encaram-na com dificuldade, custa-lhes a aceitar a reduzida mobilidade e o corpo marcado pelas rugas do tempo. Mas existem outros que para eles a velhice é algo muito bom, significa que ultrapassaram largos anos, que viveram felizes ou não, mas viveram. Sabem que agora podem não perceber tanto da tecnologia e do que se faz sobre a solidariedade em todo o mundo, mas não há niguém que saiba mais da vida do que eles. Eles viveram num tempo onde se lutava para ter um pão à mesa, onde se lutava para ganhar nem que seja uma peça de roupa para os dias frios. Hoje fazem-se guerras para ver quem se veste melhor, ou para ver quem é mais fútil. Mas antes nada disso interessava. Sabem porquê? Porque eles tinham mais em que pensar do que em coisas tão materiais. Gosto francamente de estar com os meus avós, sinto-me bem lá, sinto-me protegida, não sei explicar bem o porquê. Não há amor como na velhice, onde tudo já é sabido e onde tudo pode ser muito melhor aproveitado. Um beijo na cara é capaz de arrepiar, um abraço é capaz de significar tudo, uma companhia apenas...naquela idade tudo tem importância, porque já sabem o que é a vida, a partir daí é fazer com que ela possa ser o mais agradável possível. Envelhecer com dignidade e com saúde. Envelhecer aceitando as diferenças e as marcas no rosto. Envelhecer junto daqueles que marcaram a minha vida. Quero envelhecer assim...diferente.
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