Vi o corpo frágil e pequeno daquelas crianças, vi a sua fraqueza, vi a sua mágoa, vi a tristeza e a fome. Queria reagir, mas não consegui. Chorei. Chorei porque não entendo que mundo é este que trata assim as crianças, que as julga e as abandona, que as humilha e em nada dignifica a alegria. Em que mundo vivo? Tens tudo. Tens uma casa, uma família, um almoço ou jantar sempre pronto pela tua mãe que está a tua espera, tens até animais para alimentar e tratar, vais à escola e odeias, detestas acordar cedo e refilas porque não te apetece ir.
Essas crianças queriam ter uma casa, ter uma família, queriam não ser obrigadas a serem exploradas, queriam ter um pão para comer, queriam ir para à escola aprender tudo aquilo que nunca ninguém lhes ensinou, não se importavam de acordar cedo, queriam sentir-se crianças de verdade. Queres trocar de papel com essa ditas crianças de África?
Verás que a vida não é de facilitismos, que a vida não é aquele mundo cor-de-rosa que te diziam, que a vida tem muitos ensinamentos que precisas de aprender.
Estou a dirigir-me a ti, mas todos nós temos de mudar. Paremos de ser egoístas e lutaremos pelos outros que tanto precisam de nós.
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