sábado, 30 de junho de 2018

Virado do avesso

Quando a Matilde nasceu, desde logo percebi que ia ser um bebé calmo. Já na maternidade pouco chorava. Era calma, na medida em que, dormiu sempre a noite inteira. Nas primeiras duas semanas, eu é que acordava de três em três horas para lhe dar de mamar, ela dormia sossegadamente. Até que me apercebi que ela com o sono noturno nem sequer mamava nada de jeito, então resolvi não mais acordar de noite e deixá-la. Mesmo assim acordava as 8h e ela ainda dormia. Era uma paz de alma no que diz respeito a sonos. A partir dos 7 meses já comia alimentos sem ser passados e só tinha dois dentinhos. Começou a andar completamente sozinha aos 14 meses. E o meu sossego está prestes a terminar. Hoje, aos 18 meses é demasiado independente. Ela não come com ajuda de ninguém, o que  implica haver comida por todo o lado. Depois persegue a cadela em casa para onde quer que vá puxa-lhe a cauda, senta-se em cima dela como se de um cavalo se tratasse e ri-se imenso com a situação. 
Para juntar a esta mescla de festividade, a Matilde se estiver com o que quer que seja na mão e nós lhe pedirmos para nos dar ela diz que não, vagarosamente lhe vou retirando e explicando o porquê, tentando ser o mais branda possível (coisa que não sou), e é aí que começa a tão maravilhosa "birra". Aquela birra de se atirar para o chão, bater com os pés, dependendo do dia dela também dá pontapés e se estiver mesmo muito furiosa quer vir à nossa beira bater-nos. Grita, esperneia e desespera. Assim têm sido estes dias. Muita confusão, muita gritaria, pouco sossego. Diz ela que já me deu muito quando nasceu. E realmente não me posso queixar, acho que agora estou a "pagar" por esses meses de descanso mas de muita aprendizagem e adaptação.
Estou para aqui a descrever a rebeldia da Matilde, do quanto ela me tira do sério, do quanto ela irrita de tão independente que é...mas esqueci-me de falar também das coisas que superam todas as anteriores. Como quando eu e ela dançamos kizomba e ela exagera sempre no ritmo, ou quando fazemos o pino só com uma perna e depois caímos no chão e nos rimos, ou quando eu lhe dou um balão que não está amarrado e ela quando vai pegar nele eu solto e ela tem um misto de sentimentos entre susto e gargalhadas, ou até mesmo de quando ela sem eu pedir se vem sentar no meu colo quase como a pedir uma história para eu lhe ler. Ela é também super querida quando quer, só tem é um feitio tramado, daqueles em que ou é à forma dela ou não é. E eu entendo-a, mas tenho muitas vezes de ter a frieza de lhe mostrar o contrário. Ela ainda é pequenina e obviamente não sabe lidar com as frustrações de ouvir um "não", no entanto tenha a idade que tiver, para mim é fundamental explicar-lhe sempre tudo. Que o Mundo nem todo ele é perfeito, injustiças vão sempre existir seja de que forma for, e que mesmo que nos façam mal nunca desejar o mesmo em retorno. Fazer sempre o bem, mesmo com quem não o faz connosco. Pode parecer cliché, mas é mesmo isto.
E a maternidade é sem dúvida exigente, por todo este lado de psicologia e de orientação que temos de exercer com os nossos filhos. 

Sim , ela é um diabrete, mas eu amo-a e tê-la na minha vida só a torna ainda mais especial. 

sexta-feira, 9 de março de 2018

Neste teu dia


És a mãe mais mãe que conheço. A mãe no verdadeiro sentido da palavra. Não foste a mais carinhosa, hoje também reconheço que também não fui a melhor filha, mas foste sem dúvida uma guerreira . Vi-o quando te ouvia no quarto à noite a chorar, e de dia nem sempre com um sorriso mas sempre sem lágrimas, mesmo quando tudo, mas tudo desabava todos os dias um pouco mais.
Só na adolescência tardia é que realmente te conheci, vi sempre a tua força, o levantares - te sempre tão cedo para apanhares dois a três autocarros para ires trabalhar, a tua persistência para que nunca nada nos faltasse. E não faltou. Nunca faltou nada contigo. Hoje escrevo isto neste blog, que te vou mandar para ti também, para que leias( frente a frente nem sempre soa da mesma forma, e escreve lo para mim torna se mais fácil), e que saibas que não é por seres minha mãe, mas nunca conheci alguém igual a ti. Que tenha passado por tanta coisa, com duas filhas ainda adolescentes, e que tenha tido a coragem, a frieza, a destreza que tu tiveste para suportar tudo sozinha. Contas, compras, transportes, comida para casa, comida para escola... E outras coisas que nas nossas idades precisávamos, apesar de nunca te pedirmos nada pois sabíamos das adversidades . Este não é um texto para falar das dificuldades da vida ou do que foi, é um elogio a ti minha mãe. Hoje que o sou também, tento ser igual a ti. És irreversivelmente a melhor.  Tenho noção que a Matilde me poderá dar as dores de cabeça q eu te dei, pois noto que vai ter um feitio daqueles, tipo o meu, mas sei também que vou educa lá para ser independente em tudo, tal e qual como fizeste connosco. Não fizeste nada mal, fizeste tudo bem. E somos assim unidas, porque gostamos realmente umas das outras. Não o dizemos todos os dias e é isso que torna o nosso sentimento tão genuíno, eu sei disso. Como daquela vez, em que sem te poder ver e entre alguns soluços me ligaste a dizer que me amavas... Nunca me vou esquecer desse telefonema.
Essa tua autenticidade e força são especiais.
E quero ser assim com a tua neta,que independentemente de tudo a volta a ligação entre mãe e filha será eterna. Assim será a nossa. Amo-te e Parabéns!

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Dispensáveis

A cada dia que passa sinto cada vez mais asco das pessoas. 
A vida dos mesmos é olhar para a dos outros, mesmo não sabendo absolutamente nada e opinando de tudo e mais alguma coisa. Criar conflitos, alimentar o próprio ego rebaixando os que os rodeiam e ser feliz do vazio delas mesmas. 
Sou mulher, tenho 27 anos, uma filha e basicamente sozinha em casa porque o marido passa 6 dias por semana a trabalhar de manhã à noite. Levanto-me todos os dias as 08h00, preparo a miúda, dou-lhe o leite. O pai ainda a leva à escola, enquanto eu tenho cerca de 15 minutos para tratar da cadela, arranjar-me e dar um jeito à casa em antes de sair para o trabalho. O meu horário teve de ser alterado para poder estar com a minha filha à noite (pois eu e o pai trabalhamos na mesma empresa e fazíamos o mesmo horário). Mal saio, vou direta para casa para poder preparar o jantar para ela, enquanto está ao lume, vou-lhe dar banho (pelo meio existem birras descomunais e que atrasam todo o processo), depois vou-lhe dar o jantar, depois troco fraldas e por fim sento-me no chão com ela entre cerca de trinta minutos a uma hora, para brincarmos. Logo após, pego nela para a colocar a dormir (quase sempre 10 minutos são o suficiente). Acabo por volta das 22h00, por esta altura estou cansada e só me apetece sentar, mas ainda há toda uma casa para arrumar, roupas para lavar e secar, passar a ferro e preparar o dia seguinte. Em tudo o que descrevi, não houve nenhuma altura em que tenha falado de mim, não jantei, ainda não tomei banho, não vi televisão, ainda não tratei de mim...porque falta tempo, falta sempre tempo para nós. Mas depois existem seres "humanos" que dizem que por agora ter outro horário não faço nada, por eu não trabalhar as mesmas horas , sou menos do que eles. Esses mesmos que embora trabalhem todo o dia, chegam a casa e sentam-se ou vão beber um copo, esses que têm sempre a roupa lavada e pronta a vestir, comidinha sempre na mesa, não têm de se preocupar com compras ou outros deveres. Já para não falar que no dia de folga podem dormir até às tantas. Estes que alguns são pais e não levam os filhos de férias, porque se assim fosse não eram férias. Então sugeria trocarmos de papéis. Porque todos os dias acordo as 08h00, não páro todo o dia, não tenho qualquer intervalo durante a tarde, faço trinta por uma linha com a miúda ao meu colo, páro por volta da meia noite e vou de férias com a minha filha. Será que sou eu que não faço nada? Ou serão essas pessoas, que muitas têm as mulherzinhas em casa sem fazer nenhum, as eternamente certas?
Que bom era poder voltar a trabalhar à noite, entrar de manhã, sair à tarde, ir beber um copo ou simplesmente ir dormir, sair mais tarde e fazer somente aquilo. Não tenho família que me trate das coisas, (in)felizmente sempre fui habituada a fazer tudo sozinha e assim será. Esta gente que depende dos outros para tudo, e fala de nós como se fossem exemplo. 
Pessoas em que o karma provavelmente se encarregará delas. Pessoas invejosas, com mau carácter, com péssima energia, com um nível de frustração demasiado alto para eu as conseguir "aturar" no dia a dia. E como tal, vou-me resumir à minha insignificância e viver para mim e por mim.
Falar é fácil, díficil é calçar os meus sapatos.
Passem bem,

Mafalda Almeida

domingo, 16 de abril de 2017

Nala

Talvez seja eu...
Talvez a culpa seja minha... Ou simplesmente talvez dê demasiada importância a coisas que não deveriam merecer o meu destaque...Mas na verdade sinto-me culpada por algo que não tenho culpa...
Isto reflecte-se simplesmente no facto de viver numa sociedade onde se aponta o dedo muito facilmente sem perceber o outro lado. Mesmo quando se sabe do outro lado, a nossa arrogância é tanta que temos sempre de ficar por cima.
Quem me conhece sabe que amo animais de coração.  Desde sempre que vivi rodeada de cães,gatos,pássaros e coelhos.
Na minha humilde casa na altura cabiam 12 gatos vadios e três cães, nessa mesma altura a vida era difícil...difícil que não havia dinheiro para ração e era-lhes dado "trinca de arroz". Alturas menos boas em que nunca lhes faltou comida e sobretudo aquilo que mais sei dar que é amor. Nessa vida difícil foram eles que me deram ânimo, sim eles, que têm a energia mais positiva do mundo!
Quando fui viver "sozinha", e como todos os outros animais estavam com a minha mãe, sentia falta de um cão. Passados quase dois anos chegou a Nala à família. Como trabalhava à noite passeava com ela de dia, uns dias sim outros dias não. Depois criei a rotina de duas vezes por dia, de manhãzinha e quando chegasse a casa, fossem 04h ou 05h da manhã.  Nunca vacilei nos passeios porque vivíamos numa casa relativamente pequena para ela.
Entretanto encontrei uma casa com terraço,  sempre a pensar nela, que enquanto estivesse sozinha estaria sempre cá fora. Mantive a mesma rotina de passeios,até que...Fui mãe... Sim a vida mudou um bocadinho... Nos primeiros meses mal conseguia andar...Depois sozinha em casa com um recém nascido não conseguia sair. Estando sozinha em casa com um bebé os passeios da nala ficaram adiados. Mas dormia comigo durante a tarde, brincávamos dentro de casa e quando me sentia mais confiante lá ia com o ovo da bebé numa mão, cheia de malas as costas e pela outra mão a nala a puxar -me para irmos buscar o "pai" ao trabalho. A nala é uma das "coisas" mais importantes que tenho,
A nala fez connosco 600 km para irmos todos em família passarmos férias ao Algarve. Paramos imensas vezes por causa dela (e por minha também que estava grávida pelas costuras). Isto para dizer que hoje ouvi uma coisa que não devia ligar,  porque a senhora até tem um problema,  mas que não consegui ignorar. Ao ver-me a passear com a Nala diz da janela " finalmente a passear. Coitadinha da bicha sempre fechada"  isto mexeu comigo...
E entristeceu -me...
Noutros tempos e quem me conhece bem sabe que mal ouvisse aquilo a iria insultar e bater-lhe à porta.
Entretanto a vida fez-me perceber que eu tinha de mudar, e aprender a relaxar e a relativizar as opiniões alheias. Porém, confesso que naquele momento a insultei tanto na minha cabeça.
O que a senhora não sabe é que nós estamos todo o dia fora, mas na nossa folga a nala vem sempre.
O que a senhora não sabe é que antes de acordar já eu acordei há mt para dar o bom dia à nala.
O que a senhora não sabe é que quando está a dormir à uma da manhã eu estou a passear a nala porque tenho de aproveitar que é a hora que a minha filha está a dormir para a conseguir passear. Se fosse outro já não saía da cama.
A nala vai ao veterinário regularmente, e ainda mais quando pessoas inconscientes lhe atiram pão da janela e ela tem de ser vista porque gane de dor com a porcaria que esta senhora lhe dá.
Em suma, não tenho culpa que a senhora esteja em casa 24 horas por dia e acabe por ver mais a minha cadela que eu, o que não se pode fazer é tirar ilações de coisas que não sabem. Para a senhora o dia tem 24h para mim tem muito mais.
Hoje viu-me a passear a nala porque tinha gente em casa que estava com a minha filha e assim aproveitei para ir à rua mais cedo. E foi só por isso que me viu.
Mas que estou eu a fazer?  A justificar -me?
De todo. Estou apenas a escrever para encontrar o eufemismo perfeito para poder descansar sem culpa.
No entanto talvez a culpa seja minha por ser demasiado boazinha e permitir que me faltem desta forma ao respeito.
Farei tudo igual.
Nala 💗

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Mais e Mais

Amo-te mais.
A cada dia que passa o amor que sempre te tive aumenta, como nunca pensei que fosse possível após alguns anos de namoro. Tenho em ti a confiança, o respeito, a amizade, o amor. Preservo em nós qualidades que ambiciono tornarem-se intemporais. O nascimento da nossa filha, trouxe novamente algumas histórias antigas, fez-me recordar coisas boas e coisas más...mas acima de tudo fez-me ter a força que quero ter para protegê-la de todo o mal. Sabemos o quanto os filhos sofrem com separações de pais ou com discussões conjugais. Sabemos que estando juntos tudo é melhor, somos tão fortes.
Ás vezes faço contigo o que faço à Matilde...admirar-te enquanto dormes.
Somos novos mas temos já uns bons anos atrás de nós, e cada um teve a sua fase. Houve sem dúvida momentos que gostava que não tivessem acontecido, ou até algumas que gostava de apagar. Mas fazem parte desta viagem também.
Amo-te vezes sem fim, amo o homem que és e no pai que te estás a tornar. Descobrimos que o nosso amor que ultrapassou tanta mas tanta coisa deu lugar a uma menina que só queremos proteger..
Não a quero fazer à nossa imagem, quero que ela seja a imagem dela mesma.
Independente, capaz de enfrentar tudo, por vezes com medos mas percorrendo ,mesmo que no escuro, esta jornada da vida. Quero que ela seja o mais forte que conseguir, quero tanto que ela seja feliz.
Ela que depende de nós e que me impressiona a cada coisa nova que faz. Amo-te. A ti. Á nossa cadela, Nala. Á Matilde. Amo-vos e espero poder estar junto de vocês para o resto da minha vida.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Feliz Dia do Amor

Hoje é dia dos namorados. 
Não sei bem o que é, mas tendem a falar muito de amor... E de amor percebo eu !
Descobri recentemente o amor mais puro que alguma vez poderia imaginar encontrar.
Daqueles amores arrebatadores que nos enchem o coração de alegria.Que transformam as nossas noites mais longas e os dias mais curtos. Que nos fazem olhar para o nosso marido e amá-lo ainda mais. Que nos fazem admirar todas as mulheres. Que nos fazem crescer diariamente e olhar para a vida com mais intensidade.
O nome desse amor? Matilde
A filha que tanto desejei veio a este mundo para me mostrar realmente quem sou.
Parece que agora não há nada que me trave..
Hoje é tudo um pouco banal porque o meu foco é ela.
Ela...ela que capta a minha atenção, faz-me esquecer das coisas más, rouba o meu coração. E torna de forma intemporal a minha vida completa. 
Há noites em que tenho sono, mas não consigo adormecer sem admirar mais uma vez o rosto da Matilde enquanto dorme...e não há absolutamente nada mais belo.
Ela é o melhor presente do dia dos namorados, Porque os verdadeiros presentes não são materiais.
Tenho a melhor prenda do mundo junto a mim. 
Conforto-a nos meus braços, embalo-a...no silêncio da nossa casa segredo-lhe ao ouvido : 
Feliz Dia dos Namorados, filha.

Pois é isto para mim o amor.


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Matilde

É avassalador.
Tudo é enorme neste momento. Nós nos tornámos enormes com a tua vinda também.
Eu porque percebi que já não posso fazer o que bem me apetece sem pensar em ti. O teu pai porque fala em ti todos os dias. Só te quer ver, estar contigo e pegar-te. Sei que vai ser o melhor pai do mundo.  Assim como tive a oportunidade de o ter como marido mas sobretudo como melhor amigo, sei que dele também vais ter um amigo para a vida (tens é de o saber levar).
Ele foi um amparo no meu percurso, mesmo quando tudo esteve mal, foi sempre a minha luz. O teu pai e eu fomos  umas crianças felizes, ingénuas e bem dispostas.  Eu aventureira e o teu pai com medo de tudo, eu às vezes demasiado  realista e ele o eterno sonhador e ambos loucos por desporto. Não sei filha, mas eu e o teu pai completamo-nos, daí tu teres vindo. Não estou a dizer que tudo é perfeito, claro que não, até porque somos os dois bem teimosos, deve ser uma qualidade que já deve vir intrínseca na tua pessoa também (desculpa). Contudo, amamos a vida que construímos, amamos estar à tua espera,  amamos esta fase em que nos encontramos,  não sei estamos a amar tudo.
Queremos passar-te valores, ideais,  educação.  Queremos que sejas independente,  que erres e que batas com a cabeça mesmo quando te avisámos. Queremos que tenhas consciência que faz parte errar, tropeçar... mas queremos que saibas que com luta também se vence. E olha que sabemos do que falamos. As vezes não é com a rapidez que ambicionamos mas tudo se conquista. Matilde é nome de guerreira e eu sei que assim o serás. Vamos-te ajudar a traçar o teu caminho para que depois o faças sozinha.
Amo-te desde o primeiro dia em que por descarga de consciência fiz o teste de gravidez, e em que dizia que estava grávida... Já quase de mês e meio. Deixaste-me bem cansada, cheia de sono,  dores nas pernas, noites mal dormidas. Mas já só te quero ver, embora tenha receio de toda esta viagem, das agulhas, das dores, do pós parto... Só quero estar contigo...adormecer-te...deliciar-me contigo mesmo quando já estiver sem forças. Porque por ti tudo se arranja. Quero conhecer-te Matilde, vestir-te as roupitas e apresentar-te à "mana mais velha", a Nala. Vais adorá-la. Ainda é criança mas de vez em quando ainda se porta bem. Espero muito que sejam as melhores amigas. Espero muito que toda esta espera me faça reconhecer mais e mais que todas as esperas valem muito a pena, e a tua a que mais valeu na minha vida.
Não quero de todo que passes pelo que passei, não quero de todo que a palavra família um dia deixe de fazer sentido, como em tempos fez para mim. Quero que te orgulhes de nós,  dos teus pais. Porque nenhum te vai deixar mal, nenhum te vai abandonar ou duvidar de ti por algum motivo, mesmo quando errares. Não quero que percas a fé em nós ou na humanidade em geral.  Tu és a luz que me fez acreditar que é possível sermos quem queremos, crescermos como indivíduos, termos família,  sentir que somos também parte integrante de algo. Fizeste-me acreditar que tudo que passou valeu a pena, e embora o futuro seja sempre uma névoa, acredita que vou estar do teu lado, conforme a tua avó esteve sempre para mim. Ninguém te vai magoar. Te prometo. Amo-te filha