Quando a Matilde nasceu, desde logo percebi que ia ser um bebé calmo. Já na maternidade pouco chorava. Era calma, na medida em que, dormiu sempre a noite inteira. Nas primeiras duas semanas, eu é que acordava de três em três horas para lhe dar de mamar, ela dormia sossegadamente. Até que me apercebi que ela com o sono noturno nem sequer mamava nada de jeito, então resolvi não mais acordar de noite e deixá-la. Mesmo assim acordava as 8h e ela ainda dormia. Era uma paz de alma no que diz respeito a sonos. A partir dos 7 meses já comia alimentos sem ser passados e só tinha dois dentinhos. Começou a andar completamente sozinha aos 14 meses. E o meu sossego está prestes a terminar. Hoje, aos 18 meses é demasiado independente. Ela não come com ajuda de ninguém, o que implica haver comida por todo o lado. Depois persegue a cadela em casa para onde quer que vá puxa-lhe a cauda, senta-se em cima dela como se de um cavalo se tratasse e ri-se imenso com a situação.
Estou para aqui a descrever a rebeldia da Matilde, do quanto ela me tira do sério, do quanto ela irrita de tão independente que é...mas esqueci-me de falar também das coisas que superam todas as anteriores. Como quando eu e ela dançamos kizomba e ela exagera sempre no ritmo, ou quando fazemos o pino só com uma perna e depois caímos no chão e nos rimos, ou quando eu lhe dou um balão que não está amarrado e ela quando vai pegar nele eu solto e ela tem um misto de sentimentos entre susto e gargalhadas, ou até mesmo de quando ela sem eu pedir se vem sentar no meu colo quase como a pedir uma história para eu lhe ler. Ela é também super querida quando quer, só tem é um feitio tramado, daqueles em que ou é à forma dela ou não é. E eu entendo-a, mas tenho muitas vezes de ter a frieza de lhe mostrar o contrário. Ela ainda é pequenina e obviamente não sabe lidar com as frustrações de ouvir um "não", no entanto tenha a idade que tiver, para mim é fundamental explicar-lhe sempre tudo. Que o Mundo nem todo ele é perfeito, injustiças vão sempre existir seja de que forma for, e que mesmo que nos façam mal nunca desejar o mesmo em retorno. Fazer sempre o bem, mesmo com quem não o faz connosco. Pode parecer cliché, mas é mesmo isto.
E a maternidade é sem dúvida exigente, por todo este lado de psicologia e de orientação que temos de exercer com os nossos filhos.
Sim , ela é um diabrete, mas eu amo-a e tê-la na minha vida só a torna ainda mais especial.