segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Simplesmente: a mulher

És grande em tudo aquilo que representas para mim. Não sou propriamente uma mulher de grandes afectos, mas não posso deixar de expressar por ti um grande sentimento de amor e uma profunda admiração que ultrapassa qualquer tipo de laço familiar.
Vi lágrimas inexistentes nos teus olhos... querias chorar, mas não o fizeste... vi vários sorrisos imersos por uma profunda dor...vi-te a enfraquecer um pouco...sobretudo vi que nunca desististe.
Como é vulgar em qualquer cidadão português, quando está perante problemas de alguma gravidade tende a pôr baixa médica. Tu estavas terrível interiormente, e mesmo confrontada com todos os olhares maldosos nunca faltaste ao trabalho! Foste para lá, sem vontade e triste, mas nunca permitiste que ninguém te acusasse do que quer que seja. Nem toda a gente sabe o que a tua vida balançou, ninguém imagina o que passaste. Tu própria pensas que eu não presenciei muita coisa, pensas que eu não senti a forma como tu estavas. Eu desde o primeiro dia que vi que sofres para dentro, para dares força aos outros. Simplesmente esqueces-te que também tu precisas de apoio, que também tens de chorar e criticar. Tu precisas de tirar todo esse perfeccionismo, toda essa mania de me proteger. Sei que se não caí muitas vezes, foi graças a ti, mas já estou crescida.
Amo-te não só por seres minha mãe, mas pela extraordinária mulher que és, e cada vez mais. Não há ninguém no Mundo que lute sozinho como tu lutas. Não há ninguém que ganhe batalhas e as confronte da forma como tu as fazes. Mostras ser uma força da Natureza, perante qualquer adversidade.
E sim, mãe, eu quero ser como tu.
Quero não ignorar, mas enfrentar os problemas quando eles chegarem; quero ter a tua preocupação para com os meus filhos no futuro; quero ser uma lutadora mesmo quando toda a gente se unir contra mim; quero ter as tuas certezas mesmo quando tudo o resto são dúvidas; quero ter imensos inimigos e poder dizer "Ganhei". É o prazer de te ver rir e sorrir hoje, que me faz relembrar factos do passado e ver que tu és não uma mulher qualquer, simplesmente a minha mãe.

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