Tenho centenas de manuscritos da minha autoria espalhados pelos armários do meu quarto.
Coisas que escrevo no momento, coisas que subitamente me vêm à memória e preciso de um papel e uma caneta para as escrever. Escrevo compulsivamente. Adoro fazê-lo.
Não significa que me feche para o mundo, muito pelo contrário: olho-o e interpreto-o, de seguida escrevo.
Os maus ou bons momentos que passámos são motivos de escrita, mas as simples necessidades da vida também me fazem escrever. Não imaginam, mas eu odeio esta sociedade, este mundo. Queria viver perto dos animais, queria respirar oxigénio e não todos estes gases ou ar artificial. Queria andar descalça nos campos verdes a serem regados, queria dançar ali no meio perdida. Eu gosto de me perder. Ah... como gosto! Sem destinos obrigatoriamente traçados, sem rumos nem ilusões. Eu ali perante um mundo desconhecido. Como me fascina!
Ás vezes aqui sinto-me enclausurada, fechada nestes estereótipos de que me tenho de vestir assim porque assim o é, ou porque tenho de falar de certa forma porque as entidades patronais assim o obrigam. Odeio, a sério. E contra mim falo. Todos os dias tento superar-me, tento ser melhor...mas posterior a isso me questiono: porquê? Quem aqui irá reconhecer o meu valor, se não eu? E depois chego à minha conclusão de que nunca ninguém elogia o trabalho do outro. Esta é uma verdade. Vivo isto diariamente (apesar de que por acaso nos últimos dias têm-me agradecido por diversos motivos, chegando inclusivamente a telefonar-me a agradecer). As pessoas são ingratas aos favores que lhes fazemos, são convencidas e pensam que o melhor da vida é conhecer pessoas...mas não é. O importante da vida é conhecermo-nos a nós próprios, e sei que nesta vida não há ninguém que se conheça. Vivem demasiado em prol dos outros, em querer agradar dando enfâse ao lado físico e fútil. Ociosidade é outro elemento que conjuga muito bem com a mentalidade portuguesa e me repugna. O não fazer nada, mas achar que faz e que como tal merece ser reconhecido. Frustrante no mínimo!As pessoas deveriam tirar um minuto da sua vida, colocarem-se em frente a um espelho e verem de que material são feitas. São feitas de nada! Nada, nadinha! Apenas de arrogância, no espírito de "eu sou, eu faço, eu sei", e no final são do tipo " arrogante, egocêntrico, idiota".
Palavras para quê?
"palavras para quê" é mesmo a resposta a sociedade que hoje em dia é vista pelos nossos olhos.
ResponderEliminarApática nunca fiques porque se assim continuares vais chegar a ser ouvida! pelo menos por mim já foste! se alguma vez gostares de escrita criativa passa pelo meu blog.
fica bem! bjs