Divórcios e amores acabados

Palavras bonitas não chegam quando um gesto pede mais. Penso que a maior parte dos divórcios são causados por comodismo e rotinas criadas estupidamente. Um casal quando se conhece, nas primeiras semanas sentem que não vivem um sem o outro, precisam de estar constantemente na presença de quem amam. O que os leva a casarem-se, pois acham que o que sentem, nunca sentirão por outra pessoa, sentem que ali está o amor da vida delas, apenas porque em dois ou três meses deram-se sempre bem. Há pessoas que se casam sem antes terem vivido juntas. E eu não sei como é que isto é possível, pois é muito precipitado. Quando começam a viver juntos, normalmente a mulher sente que tem o dever de agradar ao seu marido, fazendo as tarefas domésticas quando isso deveria ser partilhado entre os dois. Passado algum tempo, com contas para pagar, com casa para gerir, filhos talvez...começam as discussões. O homem pretende passar cada vez menos tempo em casa, e a mulher submissa a isso se remete. Está criada a rotina, e o amor com o passar dos anos retrai-se. Única ligação: filhos. É outra coisa que está errada. Os filhos foram e são um complemento da relação, com eles se criou uma família, mas não é por eles, que devemos deixar de viver, de ser felizes e essencialmente de sermos nós próprios. Quando o amor entre o casal se torna inexistente, e sentem que se devem afastar, então que o façam. Não há que haver inibições apenas porque talvez alguns filhos mimados ganhem depressões ou algo do género. Há que aceitar como uma naturalidade da vida, provavelmente não séra fácil nos primeiros dias, mas acaba por se aceitar. O divórcio é algo cada vez mais usual, porque os casais deixaram de lutar contra as adversidades, passaram a ter direitos bastante acessíveis,e se se assina um papel para casar, porque não outro para o divórcio...afinal de contas não é tudo isto um contrato com assinaturas? Eu não gosto. Não gosto das cidades modernas e urbanizadas, não gosto dos amores de hoje.