terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Pretéritos"

Já senti na pele o desespero, a dor, a angústia e a frustração. Acho que já vivi em 18 anos muito mais que algumas pessoas de 50 anos, por exemplo. Eu tive regalias quando era nova, regalias físicas apenas. O lado sentimental nunca me faltou, mas paz foi uma coisa que eu nunca tive em pleno. Normalmente o que costuma acontecer, é que quando se resolve um problema, de imediadto aparece outro pior e que nos abate de uma forma brutal.Nunca fui pessoa de me ir abaixo, por muito mau que o problema seja, só houve uma vez na minha vida, em que isso já aconteceu. Abrindo o meu coração em pleno, digo que já me senti muito humilhada, já me senti sem ninguém, já me senti gozada... e tudo isto revelou-se em relação a um namoro. Ainda namoro com a mesma pessoaa, mas aquilo que passei ninguém me apaga da memória nunca. Não imaginam o que é não querer estar em casa, porque sabia que ia ser pior, ia para a rua sentava-me num passeio e passava o dia todo a chorar, vivia de esperanças e de ilusões que me iam dando, senti-me gozada, muito... eu já odiava, já não amava...mas custava-me a aceitar a realidade, custava-me a aceitar que tudo aquilo que tivera passado tivesse sido uma fantasia, uma mentira.Uma grande e pura mentira! Queria muito aquele passado, muito mesmo. E foi aí que vi bem o valor da amizade, foi aí que vi que uma amiga de muitos anos não trai, que não nos deixa sozinhos, que nos dà uma palavra mesmo ela também precisando. Vacilei tanto, humilhei-me e rebaixei-me, tenho a perfeita noção disso. Mas apesar de namorar com a mesma pessoa, sou uma rapariga muito diferente. Cresci, e aprendi sobretudo que o amar alguém não implica a submissão, amar alguém não é morrer por dentro, como eu morri. Se a pessoa em causa não tivesse mudado, eu não voltaria a cair no mesmo erro, porque foram cerca de 3 meses desesperada e a passar por uma profunda depressão, uma depressão que não tinha fim, cheguei até a sair de casa, cheguei a cometer loucuras no meu corpo, porque a raiva se apoderava de mim. Não é fácil relembrar aqueles dias, e por isso as lágrimas teimam em cair. Odiava-me, porque me culpava do meu "perfeito namoro" ter acabado. Mas se fosse perfeito nunca tinha tido aquela paragem. Depois desses dois meses já tinha colocado na minha cabeça a desistência, apesar de a dor ser inevitável. Desisti desse amor, que já não era amor pois só me magoava, já não éramos nada um ao outro, não valia a minha luta e a minha queda. Ninguém merece que nós nos culpemos por erros que até não são nossos.Esse meu grande e "fatídico" amor veio à minha procura, mas notava-se que estava confuso, um dia dizia que me amava e passávamos um dia lindo, no dia a seguir já não tinha a certeza de nada. E eu feita burra, voltava a magoar-me. Até que chegou a um momento que foi ele que começou a andar atrás de mim, parecia que nos estávamos a conhecer novamente e afinal já namorávamos hà 3 anos. Mas foi giro esse começo, via que ele estava disposto a estar comigo e a enfrentar possíveis comentários. Eu não passava da "ex do Pedro", e depois perguntava-me porque não há-de ser "o ex da Mafalda"? Mas enfim, são águas passadas que estarão sempre presente. Não esqueço nem quero esquecer. Quero-me relembrar da lutadora que fui... mas que ninguém se esqueça que pensei imensas vezes em desistir de viver, e isto que sirva de exemplo para as míudas mais novinhas que se deixam levar pela palavra de alguns rapazes, e depois caem no abismo. Ninguém merece que nós desistemos de seja o que for. Somos humanos acima de tudo, e há que provar que somos muito mais do que alguns pensam, eu mostrei que para além de sobreviver, tornei-me muito melhor.

Amor não é morte, amor não é submissão.
Amor é amar, é haver carinho, é haver união.

Obrigada à amizade

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