
Arrepio-me com um silêncio profundo, arrepio-me com um beijo de quem amo, arrepio-me com o calor de um abraço, arrepio-me com discursos de pessoas importantes, arrepio-me de estar no mundo e nada poder fazer para evitar certas situações. Quando concluo que realmente o Holocausto existiu, que houve e há pessoas a dizer que o que é preciso são ditaduras... apercebo-me de como as pessoas são tão pequenas. De facto, não pude passar pela falta de liberdade de expressão, não assisti nem de perto nem de longe à segunda guerra mundial, não vivi na pele sentimentos frustrados de não conseguir ser quem sou. Mas imagino. Imagino o que é tentar ter uma opinião e não poder, o que é lutar por direitos e ser-se perseguido, o que é morrer à fome e as pessoas ditas importantes a assistir. Custa-me imenso imaginar o que foi realmente o Holocausto, mas acho revoltante haver ainda gente que diga que nada disso existiu, quando há fotos que o comprovam, e de que maneira. Estou feliz por vivermos todos em democracia, por poder exprimir-me sem que nada nem ninguém me julgue, fico feliz por ter havido pessoas a lutar pelos direitos dos negros e das mulheres. Fico feliz por saber que posso sair à rua descansada. Mas há ainda tanto para fazer... e é novamente aí, que me arrepio e que me custa a aceitar que apesar de vivermos em democracia, o racismo existe, a violência com animais é cada vez pior, que as mulheres em tantos países são discriminadas e usadas como meros objectos...arrepio-me com tamanha pequenez. Futuramente, deve-se evitar estes erros, deve-se evitar levar para o poder pessoas que destroem tudo o que de mais belo pode existir. Pessoas que têm um egocentrismo tal, que não lhes afecta directamente.
Futuramente que todos os arrrepios esmoreçam...
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