domingo, 28 de junho de 2009

Natureza

Porque hoje vi os campos a serem regados, porque hoje vi as coisas simples serem as mais belas, porque hoje vivi a natureza em pleno e adorei. Adorei estar ali sozinha a pensar, a divagar, a questionar talvez…este é o meu sonho de verdade, viver de coisas simples, viver delas e alimentar-me delas. Sentir aquele vento puro, sentir nos meus pés a terra molhada, poder andar rodeada de flores, poder naquele nada ser tudo.
Ali pude pensar na vida. Essa que me deu tudo de bom e de mau, essa que me deu obstáculos, dissabores, amarguras. Sobrevivi com luta e garra, agarrei-me às coisas mais pequenas que naqueles momentos eram a única coisa que fazia sentido, essas pequenas coisas são hoje as que delas vivo. Porque nenhuma guerra vale a pena, as guerras são para os fracos, as guerras são para aqueles que nada têm e sobrevivem da sua falta de auto-estima e amor-próprio. Hoje ganhei um novo “eu”, e só por isso triunfei. Sinto-me feliz.
Gostas de viver numa cidade onde conheces toda a gente, onde essa mesma gente comenta a tua vida com outrem, onde os amigos são simultaneamente os teus inimigos? E quando um dia quiseres estar sozinho, e essas pessoas continuarem a ir ter contigo por apenas um terceiro interesse, a falarem daquelas banalidades de um dia sem nada mas repleto de frustração? Aí não irás conseguir estar sozinho, ficarás revoltado com tamanha ignorância e ociosidade. Por isso eu amo onde vivo, onde vou, com quem estou, quem me rodeia. Por isso amo a natureza, os animais, a simplicidade de tudo o que a vida me oferece.
Não esqueço este dia e os sentimentos que pude nutrir, bem como todas as escolhas que consegui fazer no silêncio, na calma do campo, apenas ouvindo a água, os pássaros, ouvindo-me a mim própria no meu mais ruidoso andar.
Amanhã é dia de trabalho, vou ouvir os carros a buzinar a toda a hora, as pessoas exaltadas para chegar ao trabalho ou a casa, vou seguir ordens de alguém muito pouco formado para tal, vou estar num mundo que não gosto, mas que obrigatoriamente terei de seguir. Que todo o mundo fosse um pouco o “meu mundo”.

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